Dia do Emigrante intensificou relação com comunidade melgacense em França
“E porque não uma geminação entre Melgaço e Messy?”
O programa Melgaço em Festa reservou um dia para comemorar com a emigração.
Desta forma, no dia 17 de Agosto, a festa do Dia do Emigrante começou na Praça da República com o concerto musical “Entre dois Mundos”, que contou com vários cantores e músicos melgacenses, e estendeu-se ao Largo Hermenegildo Solheiro.
Já na emblemática praça da vila melgacense, a iniciativa brindou os emigrantes e visitantes presentes com a carne de vaca Cachena no espeto, proporcionando aos menos familiarizados com a carne desta raça autóctone uma forma de degustação do produto.

Autarquia promoveu a experiência da Cachena no espeto
Mais tarde, pelas 22 horas, foi novamente o momento de experienciar outra das tradições do Minho, mas em palco. O Rancho Folclórico Amizades do Alto Minho, de Messy (França) actuou pela primeira vez em Melgaço este ano e depois da estreia em Castro Laboreiro, no dia 15 de Agosto, apresentou-se ao público que visitou a vila neste período.
Alberto Pires, natural de Castro Laboreiro, foi um dos que preencheu o palco e deu tom às danças. Acumula as funções de acordeonista, gestor das relações externas e Secretário do grupo folclórico de Messy, no qual “noventa por cento dos elementos são de Melgaço”, como referiu em declarações a este jornal.

Alberto Pires com outros elementos do Rancho Folclórico Amizades do Alto Minho de Messy
“Esta primeira aproximação a Melgaço foi um grande orgulho. É sempre bom estar a representar a nossa terra, mas estar de regresso às origens e diante na nossa gente é especial”, considerou Alberto Pires.
Nos 90% que referimos acima, há gente de Castro Laboreiro, Parada do Monte, Gave, Fiães, Vila e eventualmente de freguesias que não conseguimos apurar, que tem Messy como epicentro para este encontro da comunidade melgacense fora de portas.
Em Messy, onde o grupo tem salas de ensaio e goza de alguns privilégios pela proximidade que um melgacense tem com o poder autárquico daquela cidade, poderá surgir um núcleo forte de melgacenses e, assim esperam alguns destes membros, a primeira organização que representa Melgaço no estrangeiro. “Queremos que haja uma relação mais forte entre Melgaço e Messy, e porque não uma geminação entre estas duas localidades, como já foi falado”, atirou Alberto Pires.
Pelo grupo que representa, o emigrante de Castro Laboreiro manifesta o seu orgulho em representar o concelho melgacense lá fora, algo que, segundo o próprio, é quase um exclusivo do rancho no que respeita a esta iniciativas de carácter cultural. “Somos a única associação no estrangeiro a representar Melgaço”.
E é bastante representativa, se considerarmos as actuações nas iniciativas tradicionais que em França se realizam ao longo do ano. “Geralmente temos duas actuações por mês, e vamos começar já no mês de Outubro. Só paramos na época do Natal, férias da Páscoa e nas férias grandes, porque temos crianças no rancho e nessas alturas estão de férias, mas todo o resto do ano há actuações, seja em festivais ou em rusgas”, revela o melgacense.

Actuação em Melgaço, no Largo Hermenegildo Solheiro
Por cá, embora coincida com as férias, a disponibilidade é agendada com especial atenção, se Melgaço quiser manter o programa de homenagem. “Se formos convidados, estaremos sempre disponíveis”.
“Era importante ter um dia específico para celebrar a comunidade de forma um pouco mais popular, com música popular, trazendo até nós um grupo de folclore que se formou em França, em Messy, e que vem celebrar connosco essa cultura portuguesa no exterior. Costumamos ir ao encontro deles na altura da Feira de Nanterre, agora queremos que eles celebrem aqui em Melgaço a alegria de ser melgacenses”, destacou o autarca de Melgaço na apresentação do programa Melgaço em Festa.
Assim se cumpriu.
João Martinho
(texto publicado na edição impressa de Setembro do jornal “A Voz de Melgaço” – Pág.33)