Quinta do Regueiro assinala 20 anos da marca com investimento de 400 mil euros… E há um ‘Jurássico’ que está “a dar que falar”
A Quinta do Regueiro comemora em 2019, mais precisamente no dia 24 de Junho, 20 anos enquanto marca e não quer deixar passar a data indiferente. A festa, popular ou vocacionada para públicos especializados, far-se-á em várias frentes e junto à adega também já é perceptível que, aos vinte anos, algo vai mudar.
Com a capacidade de produção a aumentar e o paradigma do turismo a vocacionar-se para áreas específicas como o enoturismo, a Quinta do Regueiro quer acompanhar a tendência de crescimento e interesse que os alvarinhos de Melgaço tem merecido nos últimos anos.

Obras de ampliação da adega
Assim, com a recente aprovação de um financiamento solicitado a fundos europeus no âmbito da ferramenta de apoio ProDer – Programa de Desenvolvimento Rural, a Quinta do Regueiro irá investir cerca de 400 mil euros na expansão da área de armazenamento, embalamento e criação de uma sala de provas que terá o território vinhateiro de Alvaredo como paisagem.
“Vinte anos é um marco importante, quer pelo projecto que temos, mas também porque temos investimentos para o futuro. Felizmente, coincidiu com um projecto, na ordem dos 400 mil euros, que vai ser concretizado ao longo dos próximos dois anos e que significará aumento de produção e instalações novas, mas sobretudo com a Sala de Provas que nos permitirá avançar com o projecto do enoturismo, porque vai ser esse o caminho”, conta Paulo Cerdeira Rodrigues, o produtor que gere a marca com a precisão de um relógio desde os 23 anos, quando quis fazer da vinha alvarinha a sua vida e hoje o seu orgulho.
Nunca é tarde para recordar a história, e ela implica muita garra, mas conta-se o essencial em poucas linhas. A Quinta do Regueiro era apenas o nome de uma parcela com meio hectare de terra, de onde saiam as uvas para a adega das Quintas de Melgaço. Mas Paulo Rodrigues, que já desde muito novo era o ‘tractorista da casa’, aos 23 anos quis dar “rumo á vida”.
Conjuntamente com a irmã, que também crescera a aprender e a lidar de perto com as actividades agrícolas, criaram a marca. Tudo cresceu gradualmente, e antes de 1999, data de registo da marca, já havia arrojo e um saber-fazer característico. Curioso foi também o tempo necessário para receber a resposta de aceitação do registo. Feito em 1999, só foi declarado como aceite em 2004. “Se não viesse aceite, tinham sido cinco anos a trabalhar uma marca para nada”… Mas nem chegou a haver sobressaltos, essa parcela ditaria o sucesso.
A Sala de Provas só estará pronta no final deste ano, mas Paulo Cerdeira Rodrigues quer antes disso assinalar os 20 anos com o Jurássico, um vinho de lotes velhos que “já está a dar que falar”.
“É um vinho de lotes que temos a envelhecer desde 2007 e é um conceito diferente de vinho que também que vem valorizar a região e a Quinta do Regueiro. As pessoas podem comprar hoje um Regueiro Reserva e beber só daqui a quatro ou cinco anos que de certeza que vai estar bom”, assegura o produtor.
O Jurássico é quase um marcar de posição na história dos vinhos Alvarinho, na qualidade da casta e da capacidade de envelhecimento, mas o tetra-campeão na CVRVV, com uma série de Best Of e “uma das quintas mais premiadas da Região” é também um produtor de referência no espumante, outra das tendência do mercado, no qual está preparado para dar cartas.
Com o aumento do volume de exportações, que representam já “mais de 30% da facturação” total, surgem também novos países. Em ano de aniversário, abrem-se também as primeiras garrafas (vendidas pelo produtor, obviamente) na Noruega. A primeira encomenda, de mais de meio milhar de garrafas, tem o país nórdico como destino, somando-se a outros destinos mundiais onde a marca já é mais sólida, nomeadamente os Estados Unidos da América, Brasil, Dinamarca, Suécia, Luxemburgo, Holanda, Espanha, França, Inglaterra e Suíça.
Para os apreciadores, a expectativa está na descoberta e a Quinta do Regueiro quer mostrar-lhes, quando saltarem as primeiras rolhas do Jurássico ou no momento da prova vertical dos 20 anos, 20 colheitas, “a realizar no Porto ou em Lisboa”, que a história da marca nunca se fez com pés de barro.
João Martinho