#És Cura | Nº1: Mudar de Vida

 


O meu nome é Paula Alves e tenho o privilégio de ter este espaço para partilhar convosco algumas das divagações que gosto tanto de fazer.

No fundo, o que me traz aqui é um convite para quem se quiser juntar a mim nestas reflexões sobre a Vida e sobre tudo o que isso nos faz sentir e pensar, e também nas diversas considerações sobre o seu impacto nas nossas decisões e acções do dia-a-dia.

Mas primeiro, permita-me que me apresente.

Como referi, chamo-me Paula e sou natural de Melgaço, nascida no Antigo Hospital da Vila há 40 anos. Cresci neste concelho mais a Norte de Portugal, até que saí para estudar fora. Terminei o curso e cumpri o que sempre disse que faria: Regressei à minha terra (pela qual tenho uma paixão infinita). Voltei em 2003 e cá permaneci até 2013, onde trabalhei sempre ligada a pessoas. E, nesse ano, passada uma década da «ninho», decidi sair novamente. Para mudar de vida.

Exacto. Sim, leu bem. Escrevi mesmo o que queria escrever:

– «Para mudar de Vida».

São escolhas que se concretizam, e que envolvem vontade, coragem, necessidade, loucura e acção. Não sei qual destes aspectos teve que ser o maior e mais forte para concretizar o passo da saída (contra tudo o que seria lógico e racional), mas tenho a certeza que quem Eu sou hoje é muito melhor do que aquela pessoa que, naquela altura, esteve no dilema da mudança.

Desde então, além de tudo o que se transformou em mim, o mundo inteiro mudou significativamente. Cada um de nós foi (e é) também chamado a adaptar-se a uma nova realidade, transformando-se a cada dia que amanhece.

E o convite que gostava de partilhar consigo é precisamente este, de embarcar comigo numa viagem interna: para reflectirmos em conjunto sobre quem somos, sobre a pessoa que precisamos, queremos e ambicionamos ser. É também uma análise sobre tudo o que isso implica, tudo o que isso nos exige. E tudo o que, com as nossas decisões, acaba por ficar para trás.  

Estas linhas que gostaria de partilhar consigo, dizem respeito à vida e a todos os desafios (oportunidades e crises) que somos chamados a viver. Com todas as emoções e pensamentos que se formam dentro de nós durante todo este caminho. No fundo, o que aqui proponho é que possamos conversar sobre o que é isto de ser pessoa, de sermos quem somos dentro de nós mesmos. E fora de nós também, porque vivemos em grupo, em sociedade e somos parte integrante de diversos sistemas: família, comunidade, contextos de trabalho e de lazer, e todas as outras dinâmicas em que participamos.

Podemos ir juntos?

Com carinho;
Paula Alves


Rubrica mensal publicada na edição impressa do jornal “A Voz de Melgaço”