Os ‘novos gigantes’ da montanha: Aerogeradores GE158 tem mais de 120 metros de altura e produzem “três vezes mais”

Texto: João Martinho
Fotos: DR


Solo será aproveitado para produção fotovoltaica

 

Durante o mês de Janeiro, os utilizadores da Estrada Nacional 202, no troço que liga a Vila de Melgaço a Lamas de Mouro, notaram o abate de árvores que ladeavam a via. A limpeza junto a uma das artérias principais do concelho, que liga a zona ribeirinha à montanha, não tem a ver com o cumprimento da lei no que respeita às faixas de gestão de combustível (embora se verifique útil na efectiva aplicação do Decreto-Lei n.º 124/2006), mas pelas necessidades especiais de transporte dos componentes de grandes dimensões de dois aerogeradores a instalar no Subparque Eólico de Picos (Lamas de Mouro- Cubalhão).

A VENTOMINHO – Energias Renováveis, SA, empresa da FINERGE, levou a efeito os trabalhos necessários para a passagem dos componentes de grandes dimensões de dois aerogeradores modelo GE158, de 5.8MW de potência cada um.

Cada aerogerador tem 120,9 metros de altura, equipado com 3 pás de 74,4 metros de comprimento. “Tendo em conta as dimensões do aerogerador, foi necessário executar uma fundação com cerca de 500m3 de betão e 67 toneladas de ferro”, esclarece a Finerge. 

As novas torres eólicas produzirão cerca de três vezes mais do que as anteriormente instaladas no Subparque Eólico de Picos, da ENERCON, cujos modelos [E70 e E82] tem 2 MW de potência. Os 26 modelos já instalados naquele Subparque têm 64 e 78m de altura, equipados com pás de 34 e 40 metros de comprimento cada. 

O início dos transportes especiais dos componentes de grandes dimensões decorrerá no dia 1 de Fevereiro e o término das montagens está previsto para o final do mês de Março.

As ‘torres eólicas’ de nova geração, maiores em dimensão física e em produção energética, “antecipam uma renovação do parque eólico do concelho”, indica o presidente da Câmara Municipal de Melgaço. A tecnologia instalada no início dos anos 2000, prestes a completar 25 anos de actividade produtiva, “está em fim de ciclo, terão todas elas de ser substituídas se quisermos manter rentabilidade”, nota o edil.

“Cada uma destas torres a instalar produzirão três vezes mais do que uma das existentes. É um aumento considerável e é economia que cresce, do ponto de vista da produção energética e da compensação para o município, quando falamos da facturação que vai ser realizada”, observa ainda Manoel Batista.

O autarca indica que o município recebe um valor anual correspondente a 2,5% da facturação das eólicas, a creditar nos cofres do município e que permitem reforçar o apoio às Freguesias, obras, Bombeiros, associações desportivas e rede viária do concelho.

Mas a capacitação energética via renováveis não vem só por ar. Manoel Batista avança que a empresa da FINERGE, “além de substituir as torres pelas de maior produção”, prevê “utilizar o chão do parque para produzir fotovoltaico. Poderemos ter produção de uma combinação de eólico com solar e aumentar a produção energética do território”.

“A breve trecho o município será ainda mais inovador nessa área”, assegura o autarca, perspectivando, para os anos próximos posicionar Melgaço enquanto “primeiro município do Alto Minho onde se vai produzir hidrogénio verde. É um desígnio nacional, que se centra com um investimento enorme em Sines, mas a zona empresarial de nova geração permitirá produzir hidrogénio verde aproveitando a energia eléctrica produzida pelas renováveis”.

Leia o texto completo na edição impressa de 01 de Fevereiro do jornal “A Voz de Melgaço”